Kaká Omowalê, pastoreando como uma mulher negra.
CULTURAEDUCAÇÃO
Pastora metodista Kaká Omowalê / Reprodução MNE Brasil / Imagem: Débora Oliveira
Maria do Carmo Moreira Lima, conhecida carinhosamente como Pastora Kaká Omowalê, é uma referência como líder espiritual dedicada à causa da negritude dentro da teologia negra, atuante no Movimento Negro Evangélico, um dos grandes nomes da história da Comissão Ecumênica Nacional de Combate ao Racismo, é considerada umas das referências mais importantes da atualidade.
Nascida em Ubá, Minas Gerais, Kaká é filha de Maria da Conceição Moreira Lima e José Alves de Lima, em uma pequena cerimônia organizada por mulheres em uma Igreja Metodista rural no Benin, África, Kaká foi batizada como Omowalê, que significa "a menina que voltou para casa". Este nome simboliza seu retorno à Casa Ancestral, enraizando sua identidade em uma rica herança cultural e espiritual.
Sua trajetória ministerial começou cedo. Ainda na adolescência, ela se dedicava a acompanhar jovens e adolescentes em dependência química. No início dos anos 1990, passou a dar assistência para pessoas em situação de rua na Central do Brasil, com um foco especial em mulheres, crianças e adolescentes. Em 1993, ao acompanhar um adolescente apreendido, Kaká conheceu o que viria a ser o Departamento Geral de Ações Socioeducativas (DEGASE) e, desde então, tem dedicado seu pastoreio a adolescentes em privação e restrição de liberdade nas unidades do DEGASE.
Ordenada Reverenda pela Igreja Metodista do Brasil, e confirmada pela Igreja Metodista Episcopal Africana, Kaká fundou em 1995, juntamente com colegas pastoras e teólogas, a "Sociedade Teológica de Mulheres Negras - AGAR", promovendo encontros teológicos, celebrações litúrgicas e atividades com o Movimento de Mulheres Negras do Rio de Janeiro.
Sua experiência internacional inclui participação em atividades organizadas pelo Conselho Mundial de Igrejas em países como Suíça, Zimbábue, Angola, Índia, Brasil e Guatemala. Como membro da Rede Sisters do Conselho Mundial de Igrejas, Kaká também participou da Assembleia do Conselho Latino-Americano (CLAI) na Colômbia e de encontros teológicos em Angola.
Em 2003, atuou como Assessora Especial na Secretaria de Estado dos Direitos Humanos, onde ajudou na construção da AMAR – Associação de Mães e Amigos da Criança e Adolescentes – RJ. Por sua dedicação e impacto nas comunidades que serviu, Kaká recebeu o Título de Cidadã do Estado do Rio de Janeiro em 2002 e a Medalha Tiradentes em 2019. Pastora Kaká Omowalê continua a ser um exemplo de fé, serviço e liderança, inspirando muitos com sua trajetória de vida e compromisso com a justiça social e a espiritualidade.